A
região
O
local é bastante montanhoso (um pouco óbvio!) e o Mont Elgon em si
fica em Uganda! Só ficamos na parte queniana em vilarejos da cidade
de Bungoma – um “munícipio” bem diferente de Nairobi. A
principal atividade econômica é agricultura. Lá o grupo de cerca de
80 pessoas se dividiu em 5 vilarejos. Eu fiquei em Chesikaki,
o mais próximo da estrada principal e do centro da cidade. Nesse local, pude
encontrar um bom número de moradores que, se não falavam, entendiam
o inglês. Nos vilarejos, a língua materna é mais usada, sendo o
kiswahili usado para se comunicar entre grupos e estrangeiros.
De
modo geral, nessa região vivem 3 grupos étnicos Sabaots (grupo
nilótico) e Bukusu (Grupo Bantu) e um terceiro grupo Luya. Parece
que não foi sempre assim, os Sabaots foram trazidos para viver lá e
quando foi construído um parque nacional. Em suma, grupos
étnicos bem diferentes sendo obrigados a viver juntos em favor do
discurso desenvolvimentista mascarado pelo discurso ambientalista...
Um lamentaveç resultado dessa ação foi visto em 2007...
Rotina
da missão
Chegamos
lá no sábado a noite (17/11/2012 - talvez tenha chegado no dia
18...) e saímos bem cedo no domingo (25/11/2012). A viagem foi
longa... mais de 12 horas no busão. Todos do grupo Chesikaki ficamos
hospedados na casa do pastor George - ele não falavam em inglês, mas percebi em sua
atitude e olhar muita doçura e fidelidade a Jesus.
O
dia começava cedo com a participação do grupo na reunião de
oração na igreja do pastor Robert um dos 5 pastores que apoiavam a missão das 5:30 a.m ate mais de
7:00 a.m. Também durante a manhã, o nosso grupo se dividia em
duplas (Lc
10:1) e iamos de porta em porta.
Em cada casa, compartilhavamos o nosso testemunho, liamos a bíblia,
oravamos, convidamos a pessoa a aceitar a Jesus e informavamos sobre
nossas atividades. O grupo se reunia novamente para almoço e quando
necessário tinhamos uma breve reunião para acertar detalhes da
programação da tarde e noite. As cruzadas - cultos evangelísticos
feito em local público - começavam em torna das 14:30 terminava
por voltas das 18h. Já os revivals (avivamento) acontecia entre as
19h e 21h (os horários não são muito fixos) numa igreja diferente,
o objetivo era reunir cristãos das igrejas da região. [O curioso é
que no vilarejo com cerca de 3000 pessoas tem 15 diferentes igrejas
evangélicas, acho que não em muito diferente em alguns locais do
Brasil.] Terminávamos o dia com a janta, seguida de uma reunião de
avaliação. Todos os integrantes compartilhavam em detalhes sua
experiência no door to door, cruzade e revival, oravamos e
iamos dormir (ou joga conversar fora :)
Aprendi
mais palavras e canções em Kiswahili. Uma
das situações curiosas foi quando “preguei” (20 minutos) para
um grupo que esperava o atendimento médico. Fazia algum esforço
duplo: superar a timidez e para falar em inglês! Um rapaz
traduzia a minha fala para o kiswahili e um outro para língua falada
pelos Saboat.
Pra mim naquele momento, tinha umas 5 línguas: o português (só na
minha cabeça) , inglês, kiswahili, kisaboat e as linguas estranhas. Fiquei maravilhada com
tantas idiomas! Por aqui, a relação com varios idiomas ao mesmo tempo é algo relativamente comum... Por outro
lado, durante toda a missão, ouvir e falar inglês era entrar na
minha zona de conforto. Sem dúvida, meu inglês melhorou bastante lá. Precisava comunicar em inglês o tempo. Acordava as 5:15 com amiga dizendo, Fábi é hora de acordar e terminava o dia com um good nigth la pelas 24h.
Chesikaki
group
Foi
muito bom conviver com toda essa galera por uma semana. Eles foram
bastante atenciosos, me ajudavam traduzindo músicas e conversas.
Volta e meia quando a conversa ficava muito no kiswahili, alguém
dizia pessoal, em inglês por favor! Alguém se aproximava e
traduzia o que tinha sido dito antes. Depois, ficou muito mais
divertido e íntima as conversas quando encontrava-os na atividades
da C.U (GB)
Chesikaki's group |
Moi
University: Naftali, Rachel, Josephine, Peter, Karani (ouvir a
história de vida dele é incrível foi bastante encorajodara pra
mim! )
Crianças:
sunday school kwa muzungo(escola dominical com um gringo)!
No
local das cruzadas, um grande numero de crianças se agrupavam, de
maneira, que o grupo decidiu por fazer escolinha dominical paralela.
Acabei me envolvendo nessa atividade primeiro porque gosto de
crianças, segundo não precisa falar a mesma língua pra estar com
elas, terceiro é que elas estava toda hora perto de mim. Naquele
vilarejo, claramente era muzungo (palavra em kiswahili
pra branco); em todos lugares que ia e passava as pessoas me olhavam
com curiosidade. Alguns adultos dava uma disfarçadinha, já as
crianças fitavam os olhos em mim de um jeito que percebia que cada
movimento que fazia ou não, estava sendo observada por alguém o
tempo todo. Logo, isso se tornou brincadeira ao ponto de eu não
conseguia a prestar atenção no culto e também atrapalhavam quem
queria ouvir. Daí, me juntei aos outros professores na sunday
school.
Umas
das coisas mais divertidas era tirar fotos das crianças (ganhei uma
maquina digital antes de viajar, hehe) e mostra-las. Infelizmente,
não conseguia entender tudo que elas comentavam, compreendia uma ou
outra palavra e o contexto mais a linguagem corporal falavam o resto.
O certo é que elas ficavam tão admiradas e riam quando conseguia
identificar um amigo ou parente na foto. Um dia, dois meninos pegaram
um relógio quebrado e fingiram que isso era uma máquina
fotográfica. Daí, eles começaram a me imitar tirando foto... ele
fazia os mesmo gestos que eu e depois vinha me mostrar as fotos que
tirei, rsrs
Pronto
pra compartilhar a razão da sua esperança?
Confesso
que no começo fiquei um pouco incomodada. Primeiramente, fui totalmente sem saber o que
faria e como seriam as coisas e só tinha visto 2 pessoa do grupo antes. Mas meu principal incomodo foi com
o estilo que era feita a missão... convite pra aceitar Jesus não é
muito estilo, fazia mais o “estilinho” missão integral, ter um
estilo de vida missionário, contextualização,
desenvolvimento de trabalho social etc..
Durante
a viagem mesmo quando senti os primeiros incômodos, decidi a me
dedicar a estudar passagens bíblicas sobre missão. Também nessa
época estava estudando o livro de Atos e percebi que o quanto os
apóstolos se envolveram em atividades de pregação para multidões
e autoridades. Acredito que eles desenvolveram um estilo de vida
cristã que por si só já envolve missão e também faziam viagens
missionárias pontuais. Realmente pela graça de Deus, me dei conta
do quão grande foi meu preconceito e percebi que o grupo
estava fazendo missão integral.
Daí, um versículo ficou martelando em minha cabeça durante aqueles dias e até hoje.
Daí, um versículo ficou martelando em minha cabeça durante aqueles dias e até hoje.
Estejam
sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a
razão da esperança que há em voz (I Pe 3: 15b – vale a pena
ler apartir de 3:8). Lá fui desafiada o tempo todo a
compartilhar as razões da minha esperança. Lembro claramente de um
menino na escola me perguntou porque eu tinha saído de tão longe
pra aquele lugar. Também lembro de um outro pessoa que me ouvia tão
atentamente...
Prossigo me examinando, estudando e orando pra que esteja pronta, mesmo assim, não me sinto assim tão preparada. O que me deixa tranquila é a certeza que o Senhor é gracioso e me usa com as minhas imperfeições. Espero que aquelas crianças, jovens e adultos que resolveram prestar atenção no que um muzungo (estrangeira) e outros jovens tinham pra dizer e fazer, crescam na fé e no amor dEle!
Prossigo me examinando, estudando e orando pra que esteja pronta, mesmo assim, não me sinto assim tão preparada. O que me deixa tranquila é a certeza que o Senhor é gracioso e me usa com as minhas imperfeições. Espero que aquelas crianças, jovens e adultos que resolveram prestar atenção no que um muzungo (estrangeira) e outros jovens tinham pra dizer e fazer, crescam na fé e no amor dEle!